Destaques e Reportagens

Sábado, 30 Abril 2011 19:50

Assistência Pediátrica Humanizada

A humanização na assistência ao parto pressupõe uma equipe profissional interdisciplinar entrosada e engajada com os mesmos valores (respeito à gestante, obedecendo às suas preferências e escolhas, e respeito à fisiologia do parto), evitando-se as imposições e intervenções desnecessárias, além de um ambiente tranqüilo e adequado.
O nascimento representa para o ser humano talvez o momento de maior mudança em toda sua vida. Ao nascimento, o bebê deixa o útero materno, onde esteve aconchegado durante toda a gestação e tinha todas as suas necessidades supridas. Chega a um ambiente desconhecido, muitas vezes frio e barulhento. Tem que contar agora com o funcionamento imediato de todos os seus órgãos para que possa sobreviver. É realmente um trauma e um grande desafio!
Para os pais, também, o nascimento de um filho é um momento muito especial e cheio de expectativas. É chegada a hora de ver de perto aquele "serzinho", cujo crescimento eles acompanharam por 9 meses, cujos primeiros movimentos sentiram, e de quem ouviram as primeiras batidas do coração.
Hoje, existem dados seguros sugerindo que a forma como nascemos tem conseqüências para o resto de nossas vidas. Também já há comprovações científicas apontando que a forma como a mulher deu à luz pode influenciar a qualidade e duração da amamentação.
Como pediatra, o que poderia fazer para atender a esse novo ser que está chegando , da melhor forma possível? Acredito que seria o acolhendo de uma maneira calorosa e, ao mesmo tempo , sendo o menos intervencionista possível, respeitando os sinais que ele nos dá e o entregando a quem o conhece melhor do que todos nós, ou seja, à sua mãe, imediatamente após o parto.
O primeiro contato do pediatra com a gestante, no pré-parto ou mesmo numa consulta antes do parto, é muito importante e dá oportunidade para que se esclareçam as dúvidas e para que a mãe se tranqüilize com os cuidados que serão dados ao bebê.
Também devemos assegurar um ambiente com menos luz e menos ruído durante todo o trabalho de parto e o parto. O excesso de luz e a linguagem racional estimulam a neocórtex e inibe a liberação de ocitocina, importante hormônio responsável pelas contrações uterinas e pela liberação do leite materno. Um ambiente excessivamente turbulento e confuso aumenta a ansiedade materna e a agitação do bebê, dificultando a interação mãe-bebê, reconhecidamente tão importante.
Alguns procedimentos de rotina podem ser repensados quanto à forma e ao momento em que são realizados, tais como:
A aspiração das vias aéreas: se o bebê nasce bem e consegue se livrar sozinho das secreções da boca e narinas, não precisamos aspirá-lo.
A ligadura do cordão umbilical não precisa ser realizada imediatamente após o nascimento; podemos esperar alguns segundos ou até que pare de bater; é claro que respeitando as indicações médicas que indiquem o contrário.
Tão logo quanto seja possível, o bebê deverá ser colocado em contato direto, pele a pele, com sua mãe. A pele é o órgão sensorial primário do Recém-Nascido e o contato corporal mãe-bebê possibilita bem estar, segurança e afetividade, aumentando o vínculo materno com seu filho.
O aleitamento na primeira hora de vida também é outro objetivo nessa assistência humanizada. Depois de alguns minutos do contato pele a pele o bebê começa a apresentar sinais de procura do seio materno. É importante respeitarmos essa interação mãe-bebê e deixar que a mãe reconheça esses sinais que o bebê lhe dá.
Não podemos nos esquecer da presença do pai, que acompanhou todo o processo da gestação e participou do trabalho de parto, apoiando a mãe, tanto emocionalmente quanto, muitas vezes, até fisicamente. Ele também é muito importante nessa acolhida ao bebê. Se não for possível a presença do pai, uma outra acompanhante da escolha da mãe lhe dará apoio e segurança tão necessárias nesse momento.
O ideal é que o bebê permaneça no colo da mãe durante toda primeira hora de vida, fase na qual encontra-se um estado comportamental chamado de inatividade alerta, quando o bebê é capaz de fixar o olhar nos olhos da mãe, sentir o cheiro do leite materno, ouvir a já conhecida voz materna.
Dessa forma, tomando como referência o conceito de Humanização do Ministério da Saúde dentro da Política Nacional de Humanização: "oferta de atendimento de qualidade, articulando avanços tecnológicos com acolhimento, melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais" (Ministério da Saúde,2004), tentamos oferecer ao núcleo pai-mãe-bebê, um atendimento que leve em consideração os seus anseios e expectativas, e que considera o momento do parto como especialmente decisivo para o resto de suas vidas.

 

Texto da Dra. Soraya Nogueira dos Santos, pediatra do Núcleo Bem Nascer A HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA EM SALA DE PARTO
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Sábado, 30 Abril 2011 19:42

Como evitar uma cesariana desnecessária

Leia e se informe, freqüente cursos e palestras tanto dentro quanto fora do hospital.

 

Pesquise e prepare um plano de parto. Discuta este plano de parto com seu parceiro e a equipe (médico, enfermeira, doula) que te acompanhará no seu trabalho de parto.

Visite o local que escolheu para dar à luz. Com certeza vai se sentir mais tranquila e liberar menos adrenalina quando entrar em trabalho de parto e já tiver em mente como será seu "ninho".

Escolha um(a) acompanhante de parto ou doula. Estudos científicos mostram que uma doula pode diminuir significativamente os riscos de uma cesárea.

Se seu bebê está sentado (pélvico), procure descobrir exercícios que ajudam o bebê a virar, pergunte a seu médico sobre a versão externa (manobra para fazer o bebê virar).

Se você já teve uma cesárea, pense seriamente num parto normal desta vez. Segundo o American College of Obstetricians & Gynecologists, VBAC é mais seguro, na maioria dos casos, do que uma segunda cesárea. Até 80% de mulheres com uma cesárea prévia pode dar à luz normalmente.

Durante o trabalho de parto:

Fique em casa o máximo possível. Caminhe e mude de posição quando precisar. Fique na posição que for mais confortável para você. Sua doula pode ficar com você nessa fase inicial e seu médico pode ir te examinar ainda em casa antes da internação (converse sobre isto com ele), para que você não chegue cedo demais ao hospital. Se você ainda estiver bem no começo do seu trabalho de parto quando chegar lá, não se interne. Em vez disso, dê uma caminhada em algum lugar relaxante (parque, pista de caminhada) ou vá para casa descansar

Continue a comer e beber alimentos leves, especialmente durante o começo do trabalho de parto, para repor as energias.

Peça que o monitoramento eletrônico fetal seja intermitente. As pesquisas mostram que monitoramento contínuo aumenta o risco de uma cesárea sem melhorar o estado geral do bebê ao nascer.

Tente métodos alternativos para alívio da dor antes da anestesia peridural. As pesquisas mostram que a analgesia peridural pode diminuir o ritmo das contrações e aumenta a chance de complicações para mãe e bebê. Se você quiser a anestesia e não conseguir fazer força na hora da expulsão, peça para descansar um pouco, espere o efeito da anestesia passar e aí volte a fazer força.

Descubra os riscos e benefícios de procedimentos de rotina e de emergência antes que se depare com eles. Converse com seu médico sobre cesareana de emergência e uso de fórceps; apesar de as chances de serem necessárias serem extremamente pequenas em gestações de baixo risco, é sempre bom estar tranquila e confiante com as indicações precisas, caso existam.

Lembre-se de que nada é preto e branco. Confie no seu corpo, no seu instinto, no seu parto. Deixe a parte médica com a equipe escolhida. Certamente se têm o mesmo objetivo que você (parto normal seguindo o SEU plano de parto) vão fazer tudo para que o ambiente seja propício às suas escolhas. Mesmo assim, se você tiver dúvidas, não hesite em se colocar. Assuma responsabilidade pelas suas decisões.

*Texto extraído do site amigas do parto (com modificações)Antes do Parto:

Sábado, 30 Abril 2011 19:21

História do parto

Século 20: O desenvolvimento do "parto industrializado" *

 

Entram os médicos, saem as parteiras...Nucleo Gestar Feliz

 

Foi em torno do início do século passado que o rápido desenvolvimento do parto industrializado se tornou patente. O fenômeno mais importante foi o aumento no controle do processo do parto por parte dos médicos. Na Grã-Betanha, a Lei das Parteiras, em 1902, estabeleceu vínculos oficiais entra a profissão da parteira e a profissão médica. Ela institucionalizou um papel subserviente da parteira em relação ao médico. O principal ímpeto de eliminar as parteiras se disfarçava no pretexto de melhorar a assistência. Porém, os reais motivos eram econômicos. As parteiras não apenas limitavam o volume de negócios para os médicos, mas uma vez que a clientela das parteiras tendia a ser pobre, o "material" com o qual as novas gerações de obstetras podiam ser treinadas também se reduzia.  

 

 

 

 

 

 

Nucleo Gestar Feliz

Fórceps

 

 Joseph DeLee, renomado professor de obstetrícia norte-americano, teve um  papel proeminente no advento do parto industrializado. Foi autor de vários livros textos, um orador requisitado e inventor de muitas ferramentas obstétricas.  No seu famoso artivo e discurso a colegas obstetras, feito em 1920 e intitulado: "O uso profilático de fórceps", ele observou que"o parto é um processo patológico". Ele recomendou o uso rotineiro do fórceps e a episiotomia em cada parto. Ele sugeriu que a " paciente" deveria ser sedada e que o éter deveria ser administrado.O tratado de DeLee foi de tanta influência nos EUA que, pela década de 30, a "obstetrícia profilática" já tinha se tornado a norma.  

 

O "sono do crepúsculo"

Nucleo Gestar Feliz

 

 Na Alemanha, no início do século, se começou a trabalhar uma mistura das drogas morfina e escopolamina. Várias mulheres norte-americanas estavam tão animadas com a perspectiva de um parto completamente sem dor que foram para Friburgo, na Alemanha, bem no começo da Primeira Guerra Mundial. Voltaram para promover o "sono do crepúsculo". A técnica consistia em prijmeiro injetar morfina, no começo do trabalho de parto, e depois escopolamina, o que fazia com que ela se esquecesse do que estava se passando, pois tratava-se de uma droga amnésica.  Esta campanha foi tmão bem sucedida qe atraiu muitas mulheres ao hospital, tornando-as mais controláveis durante o trabalho de parto. Os partos se tornaram mais impessoais, os funcionários, acreditando que as mulheres nada iriam lembrar, tinham uma tendência a "ignorar as pacientes". Por outro lado, fazer com que todos os partos ficassem tão previsivelmente semelhantes quanto possível pode ter atraído as muolheres que desejavam um parto rápido e sem dor. 

O parto tornou-se uma linha de montagem. O conceito de obstetrícia profilática promovido por Joseph DeLee, associado à popularidade do "sono do crepúsculo" explica porque o parto industrializado já havia se consolidado bem antes da Segunda Guerra Mundial, pelo menos nos EUA. 

 

  Nucleo Gestar Feliz 

A industrialização do parto entrou numa nova fase em meados do século XX. Isto se deveu a uma série de avanços técnicos e tecnológicos. Na década de 50, a técnica moderna da cesariana de incisão baixa substituiu, pouco a pouco, a clássica. O princípio da nova técnica era de fazer a incisáo uterinahorizontal, no nível do chamado "segmento baixo",  que aparece e se desenvolve no final da gravidez: anteriormente a incisão uterina era vertical no corpo principal do útero. Essa nova técnica cirúrgica, associada ao advento de métodos de anestesia pós-guerra; à organização de transfusões de sangue à disponibilidade antibióticos, transformaram a cesariana numa operação confiável. Em 1910 a taxa de cesariana nos EUA era em torno de 0,2%.  Apesar de avanços tão espetaculares, até a década de 60, o índice de cesareanas não aumentou de forma drástica, era em torno de 5% em 1968. 

 

Na década de 70, os partos hospitalares se tornaram a norma e um grande número de obstetras autônomos e cirurgicamete treinados começaram a exercer sua profissão com uso de monitores fetais eletrônicos na sala de parto. Cada vez mais uma rede complexa de tubos e fios em torno da parturiente, com infusão de ocitocina sintética, o hormônio necessário às contrações uterinas. O ambiente das salas de parto estava transformado, as mulheres passaram a dar a luz num ambiente eletrônico.

No final do século XX, no auge da era eletrônica, a história do parto industrializado deu outro passo. Desenvolveu-se a anestesia peridural. Antes da década de 80, a técnica já estava estabelecida, mas haviam obstáculos de ordem prática para sua utilização generalizada. Os anestesistas haviam sido treinados originalmente para possibilitar operações cirúrgicas, mas não para intervir durante um processo fisiológico. Além do mais, a prática da anestesia peridural consome tanto tempo em horas imprevisíveis do dia ou da noite, que pouquíssimos hospitais podiam oferecer um serviço por 24 horas diśrias. Foi por isso que o desenvolvmemnto rápido da anestesia peridural teve que esperar até a década de 90, quando se dispunha de um número suficiente de praticantes, e também quando as técnicas mais sofisticadas de "peridural deambulante" haviam sido avaliadas.

No raiar do século XXI, apenas maternidades grande podem oferecer um serviço baseado na presença de obstetras, anestesistas e pediatras 24 horas por dia. É por isto que, na Europa Oidental, o número de partos por dia é, em média, de 10 ou mais em muitos hospitais, enquanto que no continente americano pode ultrapassar 20. Investimentos enormes têm sido necessários, frequentemente, pra projetar e construir  maternidades suficientemente grandes.

concentração nos grandes hospitais não é a única característica do parto industralizado. Também existe uma tendência notável rumo ä padronização. "Rotina" e "protocolos" representam palavras-chave na obstetrícia moderna. Na cabeça de muita gente, além do parto por cesariana, que pode ser planejado ou decidido durante o trabalho de parto, existe um parto "normal"  quase padronizado. No caso de um parto "normal", a mulher recebe uma peridural e ocitocina intra-venosa, enquanto o bebê é monitorado eletronicamente. É normal que um tubo seja inserido pera uretra para esvaziar a bexiga. Durante as utimas contraṍes, a utilização de uma ventosa (ou fórceps) é associada a uma episiotomia. No momento preciso em que o bebê nasce, administra-se uma droga rotineiramente para contrair o útero, permitinto a expulsão segura da placenta.

 

Na idade do parto industrializado, a mãe não tem o que fazer. Ela é uma "paciente".

 

 * Adaptado de "O camponês e a parteira", de Michel Odent


Terça, 26 Abril 2011 13:05

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